Mosteiro e Igreja de São João de Tarouca (São João de Tarouca, Lamego)

Fachada principal da igreja de S. João de Tarouca
(fim.fotosblogue.com_Mundo Desconhecido)

Mapa da freguesia de S. João de Tarouca

Situa-se em S.João de Tarouca, entre Mondim da Beira e Tarouca, a aproximadamente 15km de Lamego, estão erguidas duas pérolas do património ao abandono, não fosse a força de vontade e determinação nessa de luta do Sr. António Caetano em manter abertas as portas ao público e insiste em ''vigiar'' a Igreja de S. João de Tarouca, ao lado de uns dos primeiros mosteiros a serem fundados da Ordem Cister em Portugal.

Mosteiro e ruínas

Ambos os monumentos foram considerados Património Nacional no ano de 1956 e em 1996 começou o processo de recuperação, que pelos vistos continua a ser adiado a cada ano que passa, a ver pelo estado de destruição do mosteiro, restando apenas as fachadas exteriores intactas. 
 

Na fachada principal, a sua arquitectura vai do românico, passando pelo gótico, até à arquitectura renascentista, sofrendo assim, várias alterações ao longo do tempo. Um dos primeiros pormenores que cativa a nossa atenção é a simplicidade das formas assumidas na rosácea, depois um portal maneirista, com a presença de uma pequena estátua de São João, ladeada por duas enormes janelas barrocas, dá-nos então acesso à riqueza interior desta igreja, que possuí uma planta cruciforme e três naves, uma principal e duas laterais. 

Nave principal

Na nave principal destaca-se o órgão centralizado no lado direito da nave e ainda podemos ver algumas pinturas a óleo. A sua cobertura é feita com arcos em ogiva, com o último arco em volta perfeita, que dá acesso ao altar rico em decorações trabalhadas a talha dourada. A separação das naves laterais da central é feita através de arcos de volta perfeita. Nestas naves estão representadas grandiosas obras a óleo da escola de Grão Vasco, um dos principais nomes da pintura quinhentista em Portugal.

A igreja contêm ainda uma sacristia, toda ela decorada a azulejo, somente o tecto pintado a óleo, podemos ver um relicário trabalhado a pau santo, igualmente com pequenas ilustrações a óleo e forrada a talha dourada.

Sacristia
(www.panoramio.com)

Uma das jóias presentes nesta igreja é o túmulo de D. Pedro Afonso, filho bastardo de D. Dinis.

Túmulo de D. Pedro Afonso

 

Órgão

Ao longos dos anos, vários materiais foram levados da igreja como azulejos do século XVII e várias peças do valioso órgão que espera pelo seu restauro, cujo o seu custo será demasiado dispendioso. 




 

 

 Curiosidade: entre a igreja, o mosteiro e as ruínas, estão subterrados uma espécie de túneis para onde corre provavelmente o Rio Varosa (se não estou em erro).

 


Aqui deixo as principais características de um dos primeiros mosteiros de Cister, é apenas um cartão de visita que aqui deixo para que as pessoas tirem as suas próprias conclusões, muitos têm contribuído para que o monumento caia no esquecimento, mas que muitos mais são os que lutam para o seu reconhecimento.
 

Agradecimentos:

• Ao Sr. António Caetano, por abrir as portas desta igreja e por ter cedido algumas explicações as vezes que a visitei;
• Ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura: snpcultura.org;
• Aos sites: tarouca.com.sapo.pt/; www.slideshare.net/mcfsguerreiro e wikipédia.
  
  

Pequena introdução do blog.

Com o intuito de promover o património português, as riquezas esquecidas no tempo, não digo abandonadas, porque ainda existem pessoas que abrem as portas de monumentos para quem os quer visitar e lutam para que essas portas nunca se fechem a quem quer conhecer e divulgar a história, a cultura, a arte portuguesa. 

É com todo o meu trabalho de pesquisa e o que consegui captar de todas as visitas que fui realizando ao longos destes últimos anos, que aqui vou mostrar desde os grandiosos painéis em talha dourada, das peças pintadas cuidadosamente a óleo, dos pequenos símbolos deixados nas gigantescas pedras de cada monumento assinados pelos canteiros que as trabalhava, entre outros pequenos pormenores da nossa cultura e história.

"Quando falamos de história, temos o costume de nos refugiar no passado. É nele que se pensa encontrar o seu começo e o seu fim. Na realidade, é o inverso: a história começa hoje e continua amanhã." 

( D. N. Marinotis )